Projeto Político Pedagógico

DOS PRINCÍPIOS, FINS E OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA

As informações apresentadas nesta etapa do documento foram extraídas do Capítulo II do Regimento das Escolas Públicas Municipais de Itatiba.

A Educação Básica, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

O ensino público municipal de Itatiba será ministrado com base nos seguintes princípios:

I. igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II. liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;

III. pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;

IV. respeito à liberdade e apreço à tolerância;

V. gratuidade em estabelecimentos oficiais;

VI. valorização dos profissionais do ensino, garantido, na forma da Lei, e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos,

VII. gestão democrática do ensino público;

VIII. garantia de padrão de qualidade;

IX. valorização da experiência extraescolar;

X. vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais;

XI. igualdade e garantia de acesso, permanência e participação dos alunos com deficiência e/ou necessidades educacionais especiais na escola.

Os objetivos do ensino devem convergir para os fins mais amplos da Educação Nacional, expressos na Lei Federal nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

São objetivos da escola:

I. elevar, sistematicamente, a qualidade do ensino oferecido aos educandos;

II. formar cidadãos conscientes de seus direitos e deveres;

III. promover a integração da escola com a comunidade;

IV. proporcionar ambiente favorável ao estudo e ao ensino;

V. estimular em seus alunos a participação, bem como a atuação solidária, junto à comunidade;

VI. assegurar o acesso e permanência dos alunos trabalhadores que não puderam efetuar seus estudos na idade regular;

VII. assegurar aos alunos com altas habilidades, deficiência e/ou necessidades educacionais especiais, matrícula no sistema municipal de ensino, promovendo práticas pedagógicas diversificadas com vistas à inclusão e participação de todos na escola;

VIII.oportunizar a participação do docente, pais e demais segmentos ligados às questões da educação.

São objetivos do ensino:

Na Educação Infantil

§ 1º A Educação Infantil, com 5 anos de duração sendo os dois últimos de matrícula obrigatória para as crianças a partir dos 4 anos, garantirá o desenvolvimento integral da criança em seus aspectos físico, psicológico, afetivo, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

§ 2º Às crianças, por provirem de diferentes e singulares contextos socioculturais, socioeconômicos e étnicos, será assegurada a oportunidade de serem acolhidas e respeitadas pela escola e pelos profissionais da educação, com base nos princípios da individualidade, igualdade, liberdade, diversidade e pluralidade.

§ 3º Para as crianças, independentemente das diferentes condições físicas, sensoriais, intelectuais, linguísticas, étnico-raciais, socioeconômicas, de origem, de religião, entre outras, as relações sociais e intersubjetivas no espaço escolar requerem a atenção intensiva dos profissionais da educação, durante o tempo de desenvolvimento das atividades que lhes são peculiares, por se tratar do momento em que a curiosidade deve ser estimulada, a partir da brincadeira orientada pelos profissionais da educação.

§ 4º Os vínculos da família, dos laços de solidariedade humana e do respeito mútuo em que se assenta a vida social iniciam-se na Educação Infantil, devendo a intensificação ocorrer ao longo da Educação Básica.

§ 5º A escola envidará esforços, promovendo ações a partir das quais as unidades de Educação Infantil sejam dotadas de condições para acolher as crianças em estreita relação com a família, com agentes sociais e com a sociedade, prevendo programas e projetos em parceria, formalmente estabelecidos.

§ 6º A gestão da convivência e as situações em que se torna necessária a solução de problemas individuais e coletivos pelas crianças serão previamente programadas, com foco nas motivações estimuladas e orientadas pelos professores e demais profissionais da educação e outros de áreas pertinentes, respeitados os limites e as potencialidades de cada criança e os vínculos desta com a família ou com o seu responsável direto.

No Ensino Fundamental


§ 1º O Ensino Fundamental com 9 (nove) anos de duração, de matrícula obrigatória para as crianças a partir dos 6 (seis) anos de idade), tem duas fases sequentes com características próprias, chamadas de anos iniciais, com 5 (cinco anos de duração, em regra para estudantes de 6 (seis) a 10 (dez) anos de idade; e anos finais, com 4 (quatro) anos de duração, para os de 11 (onze) a 14 (quatorze) anos.

§ 2º No Ensino Fundamental, acolher todos os alunos significa também cuidar e educar, como forma de garantir a aprendizagem dos conteúdos curriculares, para que o estudante desenvolva interesses e sensibilidades que lhe permitam usufruir dos bens culturais disponíveis na comunidade, na sua cidade ou na sociedade em geral, e que lhe possibilitem ainda sentir-se como produtor valorizado desses bens.

§ 3º Assegurar que os objetivos da formação básica das crianças, definidos para a Educação Infantil, prolonguem-se durante os anos iniciais do Ensino Fundamental, especialmente no primeiro, e se completem nos anos finais, ampliando e intensificando, gradativamente, o processo educativo, mediante:

I. desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

II. foco central na alfabetização, ao longo dos 3 (três) primeiros anos;

III. compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da economia, da tecnologia, das artes, da cultura e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

IV. o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;

V. fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de respeito recíproco em que se assenta a vida social;

VI. aprimoramento das ações pedagógicas com a responsabilidade de objetivar os processos de aprendizagem a todos os alunos indistintamente, de acordo com as particularidades de cada um.

Na Educação Especial


§ 1º A Educação Especial, como modalidade transversal a todos os níveis, etapas e modalidades de ensino, constitui-se em uma proposta pedagógica que deve assegurar um conjunto de recursos e serviços educacionais especiais, organizados institucionalmente para apoiar, complementar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns, de modo a garantir a educação escolar e promover o desenvolvimento das potencialidades dos educandos que apresentem deficiência. É parte integrante da educação regular, estando prevista no projeto político pedagógico desta unidade escolar.

§ 2º A escola assegura a matrícula de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), de modo a complementar ou suplementar à escolarização, ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em pólos de AEE da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos. Como também criar condições para que o professor da classe comum possa explorar as potencialidades dos estudantes, adotando uma pedagogia dialógica, interativa, interdisciplinar, flexível e diversificada e inclusiva e, na interface, o professor do AEE deve identificar habilidades e necessidades dos estudantes, de modo assegurar:

I. o pleno acesso e a efetiva participação dos estudantes no ensino regular;

II. a oferta do atendimento educacional especializado;

III. a formação de professores para o AEE e para o desenvolvimento de práticas educacionais inclusivas;

IV. a participação da comunidade escolar;

V. a acessibilidade arquitetônica, nas comunicações e informações, nos mobiliários e equipamentos e nos transportes;

VI. a articulação das políticas públicas intersetoriais.

§ 3º Conforme os Artigos 58 a 60 da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e com fundamento no Parecer CNE/CEB 17/2001, homologado pelo Senhor Ministro de Estado da Educação em 15 de agosto de 2001, está assegurada a terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados.

DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR


A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE). Este documento normativo aplica-se exclusivamente à educação escolar, tal como a define o § 1o do Artigo 1o da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei no 9.394/1996), e está orientado pelos princípios éticos, políticos e estéticos que visam à formação humana integral e à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva, como fundamentado nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (BRASIL, 2018, p.7).

Nela constam 10 Competências Gerais que acompanham o desenvolvimento dos alunos desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, as quais são:


1. Conhecimento

Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.


2. Pensamento científico, crítico e criativo

Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.


3. Repertório cultural

Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.


4. Comunicação

Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos, além de produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.


5. Cultura digital


Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.


6. Trabalho e projeto de vida

Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais, apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.


7. Argumentação

Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.


8. Autoconhecimento e autocuidado

Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo- se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.


9. Empatia e cooperação

Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, suas identidades, suas culturas e suas potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.


10. Responsabilidade e cidadania

Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.


DIMENSÃO HISTÓRICA DA ESCOLA

História da EMEB “Basilio Consoline”


A Escola Municipal de Educação Básica "Basilio Consoline", criada pelo decreto municipal nº 3.945/97 de 24 de junho de 1997, situada a Rua João Bernardo, nº 50 - Bairro da Ponte - Itatiba-SP, possui uma unidade anexa, a Escola Municipal de Educação Básica "Elizabeth Abrahão", criada pelo decreto municipal nº 3.423/2000 de 22 de dezembro de 2000, situada à Rua João Marella, nº 260, Bairro Vivendas do Engenho D'Água, mantida pelo Poder Público Municipal de Itatiba e administrada pela Secretaria de Educação do Município, com base nos dispositivos constitucionais vigentes: Lei Federal nº 8.069/90 - ECA; na Resolução CNE nº4, de 13 de julho de 2010, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica e na Lei Municipal nº 3.485/2001 que dá nova redação à Lei nº 2.976/98 que cria o Sistema Municipal de Ensino, deverá reger-se pelo presente Regimento Escolar.

Em 1908, o Sr. Basílio Consoline, um dos primeiros imigrantes do bairro, preocupado com a educação e alfabetização de seus filhos e das crianças do local, conseguiu, através dos políticos da época, autorização para a instalação da primeira escola do bairro – uma escola masculina - numa casa de taipa ao lado da capela de São Benedito. Sabe-se que o primeiro professor se chamava Sebastião.


Como o ensino era restrito aos homens, as meninas não tinham direito à instrução formal e aprendiam a ser donas de casa e boas mães, bordando, cozinhando, costurando e desta forma, em 1916, chegou no bairro uma professora paga por algumas famílias para ensinar suas filhas. Seu nome era Celina Duarte.

Em 1928, tendo como professor o senhor Aldovandro Quedinho Wolff, a escola foi transferida para um salão de maiores dimensões na propriedade do Sr. Ângelo Guiseppe Rampazzo, localizado próximo à ponte do Rio Atibaia.

Na década de 1950, já com acesso das meninas à escola, as professoras que ministraram aulas foram Luiza de Mattos Pimenta e Iolanda Wolff. O estabelecimento de ensino intitulava-se "Escola Mista do Bairro da Ponte", funcionando numa única sala a primeira, segunda e terceira séries, sendo a quarta série oferecida no Grupo Escolar "Júlio César", no centro da cidade, apenas.

Em 1957, com o aumento do número de alunos e a necessidade de um espaço mais amplo para as aulas, o prefeito Erasmo Chrispim determinou a construção da primeira escola de patrimônio municipal no bairro.

No início dos anos de 1960, em caráter provisório, houve a mudança da escola para a mesma rua, próximo ao armazém do bairro, em propriedade particular, tendo a mesma estrutura de outrora: várias séries em uma mesma sala, num único período, com aulas ministradas por uma mesma professora, porém o curso era oferecido até a quarta série.

No início da década de 1970, foi entregue à comunidade a primeira escola de patrimônio municipal, situada ao lado da antiga igreja de Nossa Senhora do Carmo, sendo as aulas ministradas pelas professoras Maria Luiza Lanfranchi e Neide Vaz.

No final da gestão do prefeito municipal, Sr. Giácomo Rela, em reivindicações às autoridades, o Sr. Osmildo Tescarollo solicitou melhorias para o bairro, dentre elas, a construção de uma nova escola, devido ao aumento da demanda escolar e a precariedade do prédio.

Tratando-se de uma pessoa muito conhecida e influente no meio político e morador do bairro, o Sr. Osmildo conseguiu obter liberação com o então prefeito municipal, Sr. Roberto Arantes Lanhoso, do anteprojeto da escola, sendo considerada muito pequena pelos moradores, não atendendo às necessidades de forma funcional.

Assim, o Sr. Adilson Franco Penteado, engenheiro da Prefeitura, elaborou novo projeto de edificação completa, assertiva e segura, e a obra tomou formato, sendo uma grande conquista para a comunidade.

O nome da escola "Basílio Consoline" foi mais uma reivindicação do então vereador municipal, Sr. Osmildo Tescarollo em homenagem ao educador autodidata, que ativou a primeira sala de aula no bairro, e foi decretado pelo Prefeito Sr. Roberto Arantes Lanhoso através da Câmara Municipal em 1978.

O ano de 1979 foi um marco para o bairro com a inauguração, no mês de novembro, de sua nova escola, construída num terreno mais amplo e contemplando seis salas de aula, cozinha com despensa, banheiros, secretaria, sala para os professores, diretoria, pátio, vestiários e quadra poliesportiva.

Desde então, a escola passou por várias reformas e em 2008 teve a sua ampliação, mantendo-se assim até os dias atuais.

Possui agora dez salas de aula, sala multimídia para aulas de informática e projeções, biblioteca, quadra poliesportiva e pátio cobertos, sala para os professores com cozinha privativa, secretaria, almoxarifado, diretoria, sala individual para vice direção e coordenação, salas para inspetores e para materiais de Educação Física, sanitários atendendo também deficientes, cozinha com despensa e demais dependências.

Desde a sua inauguração, a escola contou em sua direção com os professores: Nilza Degani Camargo, José Mamente, Francisco U. G. Redondo, Maria Anita Hércules, Mariângela Panzarin de Palma, Idelma Aparecida Rossi, Lucilene Aparecida Cecon Gava, Maria Claudia A. P. Rocha, Maria Aparecida Vieira de Almeida Barbosa e Sandro Aparecido Gregoli da Silva.

Em janeiro de 1983, a escola passou a pertencer à Rede Estadual de Ensino de São Paulo, recebendo a denominação de EEPG – Escola Estadual de Primeiro Grau – Basílio Consoline. Com classes de 1a a 8a série, a escola atendia alunos de toda a região. Já em 1997, a escola foi municipalizada voltando a pertencer à Rede Municipal de Ensino de Itatiba. Passou então a ser denominada EMEF – Escola Municipal de Ensino Fundamental – Basílio Consoline. Posteriormente, em 2008, mudou novamente de denominação para EMEB – Escola Municipal de Educação Básica – Basílio Consoline.

No início de 2020, a escola teve que se readaptar e rever sua forma de ensino, pois uma emergência de saúde pública de importância mundial abalou os setores políticos, econômicos e sociais, sendo paralisados por uma pandemia. Em decorrência do avanço da COVID-19, doença causada pelo coronavírus (Sars-CoV-2), a melhor forma de prevenção devido à rapidez de seu contágio, foi o isolamento social.

A escola foi fechada, sem previsão para retorno presencial. Toda dinâmica de aulas, exercícios e avaliações teve de ser repassada ao ambiente virtual.

Os desafios enfrentados durante esse período foram: a transição das aulas presenciais ao formato remoto, a necessidade de aptidão e adaptação aos recursos tecnológicos por toda a comunidade escolar, além dos problemas emocionais que a necessidade do isolamento social causou.

O retorno definitivo às aulas presenciais, após quase dois anos de pandemia, foi resultado de muitos esforços para garantir a continuidade da aprendizagem em um ambiente escolar seguro.

Hoje, com maior maturidade, conhecimento e visão ampla, a escola atende em dois turnos aproximadamente 450 alunos do Ensino Fundamental I e II provenientes do Bairro da Ponte, Jardim Leonor, Jardim das Paineiras, Fazenda Santa Júlia, Granja Alvorada, Vivendas do Engenho D'água e Fazenda Pereiras, também dispondo da parceria e atuação dinâmica de seu Grêmio Estudantil.

A EMEB “Basílio Consoline” traz em seu histórico uma lista de conquistas, reflexo de um trabalho de envolvimento de toda a comunidade escolar, apontando caminhos, contribuindo para o sucesso dos educandos numa perspectiva de construção da cidadania, autonomia e participação de todos.


História da EMEB “Professora Elizabeth Abrahão”


A criação da escola ocorreu através da Lei 3423, de 22 de dezembro do ano 2000, assinada pelo prefeito Adilson Franco Penteado, no final de sua gestão. Apesar de atender à faixa-etária de Educação Infantil, a unidade escolar foi criada como EMEF – Escola Municipal de Ensino Fundamental, tendo como patronesse a profa Elizabeth Abrahão, de saudosa memória dos itatibenses, tanto no ofício de mestra, como exemplo de ser humano, em contato diário com a população no comércio de sua família, que funcionou por décadas na esquina entre a Rua Dr. Jorge Tibiriçá e o Largo do Rosário.


A escola, apesar de dimensões reduzidas, sempre contou com o carinho da população local, confiando seus filhos às professoras que por ela passaram ao longo do tempo, clientela escolar esta que, em sua maioria, deu sequência a seus estudos na escola Basílio Consoline, Bairro da Ponte, à qual está vinculada, inclusive sendo administrada pela mesma equipe gestora.

A partir de 2008, a escola passou a contar com nova nomenclatura: EMEB – Escola Municipal de Educação Básica Profa Elizabeth Abrahão, denominação que conserva até os dias atuais.

A escola do Engenho D’Água recebeu benfeitorias em 2012, tendo seu telhado reformado, com a substituição das telhas de barro por telhas de fibrocimento, mais duradouras. Em 2015, a escola passou por obras novamente, em que foi feita a reforma do madeiramento do telhado do pátio. Também recebeu nova pintura interna e externa, instalação de uma caixa de areia no parque infantil, além da revisão das redes hidráulica e elétrica e reparo nas portas.

Brasão da EMEB “Professora Elizabeth Abrahão”


O brasão da escola foi construído pelo Professor de Artes Cleverton Cleiton Gomes. O Professor Cleverton é morador do bairro Jardim Dona Leonor - bairro que está localizado ao lado do bairro da EMEB “Professora Elizabeth Abrahão”.

Com base em pesquisas realizadas na Biblioteca Municipal, resgatou-se informações sobre a patronesse e o loteamento Vivendas do Engenho D’Água; em abril de 2021 essas informações foram passadas ao Professor Cleverton, as quais serviram para inspiração para compor os elementos inseridos no símbolo.

De acordo com o relato do Professor Cleverton, colhido em abril de 2021, o brasão foi constituído da seguinte forma:

No centro, o retrato da patronesse com os dizeres em latim “PROSPICITE ET SVSPICITE”, referência à frase que ela sempre repetia “Olhem para frente e para o alto”. As cores de fundo foram inspiradas nas cores da bandeira de Itatiba. Os ramos de café e o casarão, referência ao Loteamento Vivendas do Engenho D’Água. Nas portas do casarão, os números romanos, fazem referência aos 10 mandamentos, o qual a patronesse, católica atuante, seguia e declamava com frequência. Nas faixa, o nome da escola, data que foi registrada sua criação e nome da cidade.



História da antiga CEMEI “Pica-Pau”, atual Biblioteca “Seu Lico”


A primeira classe de Pré-Primário (C.P.P.) do Bairro da Ponte funcionou em 1975, numa das salas da Escola Mista Municipal do Bairro da Ponte, localizada na rua João Bernardo, ao lado da antiga igreja Nossa Senhora do Carmo, entregue pelo então prefeito, Giácomo Rela.

A primeira professora foi a senhora Marilda C. Ferrari, que lecionava numa classe mista e multisseriada com 25 alunos entre as idades de 05 e 06 anos.

Em 1977, a professora foi substituída por D. Cleide Z. Latta, que permaneceu até 1978.

Em 1979, a classe mudou para o novo prédio, anexa da Escola Municipal “Basílio Consoline” - hoje EMEB Basílio Consoline, situado na mesma rua, alguns metros acima, onde funcionou até dezembro de 2019, com turmas de Infantil fase I e II.

Em 18 de Novembro de 1991, sob a administração do então prefeito Roberto Arantes Lanhoso, através da Lei 2.344, artº 1º - as escolas municipais passaram a ter novas denominações, sendo assim, a anexa EEPG Basilio Consoline passou a se chamar EMEI “Pica-pau”.

Atualmente, funciona nesta sala a Biblioteca da Escola, “Seu Lico”, nomeada em homenagem ao Sr. Argemiro Belgine” e reinaugurada em 25/03/2022.

História do Bairro da Ponte


Toda a vasta extensão de terras onde hoje localiza-se o Bairro da Ponte pertencia, no início do século XIX, às famílias de João Teixeira, João Romão, Antônio Lourenço de Oliveira, conhecido como Mestre Lourenço, Salvador Alves Barbosa, todas de origem portuguesa.

Com o passar do tempo, essas terras começaram a ser fracionadas e vendidas e as famílias Bernardo, Fon e Giro também passaram a habitá-las.

O nome Bairro da Ponte deu-se devido à existência de uma antiga ponte de madeira que existia sobre o Rio Atibaia. Em 1932, época da Revolução Constitucionalista, a ponte foi minada pelos soldados paulistas, entretanto não chegou a causar-lhe danos.

A ponte só foi substituída por outra de concreto, mais moderna e resistente, em 1978, dois anos depois do governo estadual liberar verbas para sua construção.

Fato curioso se deu nesta época, pois poucos dispunham de telefone em casa e o senhor Joaquim Sanfins, morador do local, já o possuía.

Sendo os telefones ligados a uma central manual e operados por uma telefonista que, através da solicitação do usuário, comutava os pontos manualmente e realizava a ligação, Alzira, filha do senhor Sanfins, ouviu conversas sobre soldados que estavam rumando em direção a Amparo para o encontro com outras tropas, devendo passar por Itatiba e, necessariamente pelo bairro, uma vez que o local era um dos portais de entrada da cidade.

Ao ser espalhada a notícia, os moradores do bairro se desesperaram e, praticamente, esvaziaram as terras locais, deslocando-se para fazendas vizinhas até que a situação se normalizasse.

No final do século XIX chegaram as primeiras famílias italianas aos sítios e fazendas locais: Consoline, Polessi, Piovani e familiares do senhor Nicolau Parodi, vice-cônsul da Itália no Brasil na época.

O número de imigrantes no bairro, não só italianos como também portugueses e sírio-libaneses, aumentou na segunda década do século XX, com a chegada dos irmãos Afonso e Joaquim Sanfins, Lázaro Alves Barbosa, Paulo Salim Andraus e ainda com as famílias Colin e Belline.

Na década de 1920, imigrantes italianos das famílias Tescarollo, Bredariol, Falsarella, Búfallo, Corradini, Leardine e Rampazzo estabeleceram-se no bairro. Já em 1950, juntaram-se a eles, as famílias italianas: Rossi, Lanfranchi, Bianco, Borella, Giaretta, Belgine, Paula, Costa e Nardin.

Na estrutura física do bairro, encontra-se o Córrego Mestre, o qual tinha, antigamente, um volume de água muito maior do que na atualidade e seu percurso transcorria até próximo à Igreja de Nossa Senhora do Carmo, onde se dividia em dois, sendo que a água de um deles movimentava a roda de um moinho, desaguando depois no Rio Atibaia.

O Bairro da Ponte era a entrada da região norte da cidade e suas estradas de chão batido e cercadas de mata nativa ligavam Itatiba a Morungaba. A atual Avenida Bandeirantes, considerada a principal via do bairro, era a chamada Estrada Municipal, caminho obrigatório para as Fazendas Pereiras, Santa Teresa - atual Jardim Leonor - e Serra D’Água - atual Engenho D’Água.

Pelas atuais Avenida Carlos Tescarollo e Rua Idalina Tescarollo Sanfins também se chegava ao Bairro do Porto, assim como ao Bairro dos Pedrosos e às fazendas Malabar, Palmeiras, Atibainha e Bairro da Posse. A Avenida João Bernardo era a estrada pela qual se ia ao Bairro do Porto.

Distante do centro da cidade, o bairro sempre dispôs de comércio para satisfazer às necessidades básicas de sua população. Desta forma, contava com três armazéns, os do Sanfins e o do Andraus, onde se vendia desde comida a roupas e ferramentas, servindo ainda como bar e lanchonete. Os moradores contavam também com uma ferraria, uma sapataria, dois barbeiros, um dentista, uma loja de vestimentas e um salão de baile, onde uma banda de jazz do bairro se apresentava em eventos dançantes nos finais de semana e grupos de carnaval fantasiados alegravam o ambiente na época.

No setor esportivo, o bairro possui um estádio de futebol, que teve suas atividades iniciadas em 1920, com o nome de “Chora Menina”, no sítio de propriedade de Ângelo Polessi. O campo passou por diversos locais, tendo definitivamente seu terreno próprio nos anos de 1960 e, a partir de então, o clube começou a tomar forma, com gramado, alambrados, vestiário e serviço de bar.

Em 1972, foi inaugurado o Estádio Abílio Sanfins, sede da Sociedade Esportiva Bandeirantes, time de futebol do bairro que, desde 1954, é filiado à Federação Paulista de Futebol e Departamento de Esportes da Prefeitura, disputando campeonatos diversos.

O Bairro da Ponte alojava também o matadouro da cidade, tendo sua rua principal como palco para boiadeiros e boiadas conduzidas até ele para o abate. Hoje, o local concentra o Centro de Zoonoses Municipal e localiza-se em frente à Capela de Nossa Senhora Aparecida.

Em 1930, Nossa Senhora do Carmo passou a ser a padroeira católica do Bairro da Ponte, quando dona Ema Bertelli, esposa do senhor Basílio Consoline, recebeu uma imagem da santa, por um suposto milagre acontecido. Neste ano foram construídos, além da capela de Nossa Senhora do Carmo, um coreto para a banda tocar nos finais de semana e outras duas repartições, para realização de leilões.

Consta que antes desse fato, os padroeiros do bairro eram São Sebastião e São Benedito e grandes festas noturnas com congadas eram realizadas em louvor a eles.

Em 1974, uma decisão drástica precisou ser tomada pelos moradores do bairro: derrubar a velha capela de Nossa Senhora do Carmo que já não tinha mais condições de uso seguro para construção de uma igreja nova, bem maior e moderna.

Para tanto, foi comprado o terreno de Osvaldo e Hildebrando Bredariol, onde hoje se situa a escola Basílio Consoline. A solução encontrada foi fazer uma troca com a prefeitura, que receberia esse terreno para nele construir a nova escola, dando em contrapartida dois lotes de terra junto ao terreno onde estava a velha capela, para nele erguer a nova igreja, permanecendo desta forma, as celebrações no local onde sempre ocorreram.

A capela foi demolida em 1976 e em 1980, as obras da nova igreja tiveram início, grande parte em sistema de mutirão, contando com dois pavimentos, onde o templo ficaria na parte de cima e um salão de festas e eventos ocuparia o térreo, pois o terreno não era de grandes dimensões.

Nos dias atuais, o Bairro da Ponte tem menos características rurais do que no passado, contando com várias indústrias implantadas como em 2018, a empresa Sabesp, sendo a atividade principal a captação, tratamento e distribuição de água da cidade.

Empresas mais antigas como a indústria Têxtil Nossa Senhora do Belém, Colorobbia Brasil Produtos para Cerâmica, Hospital Itatiba, Grupo ATL Higiene - limpeza residencial à profissional, edifícios de apartamentos, dentre outros são ganhos imensuráveis do bairro.

História do Loteamento Vivendas do Engenho d’Água


O Loteamento Vivendas do Engenho D’Água ocupa parte de uma região antigamente conhecida como Serra D’Água, que compreendia as fazendas Santa Teresa (hoje Jardim Leonor) e Santa Isabel. A antiga Fazenda Santa Isabel, nome dado em razão da devoção a esta santa, pertenceu a Manuel Augusto Sanfins, último proprietário da Companhia Itatibense de Estrada de Ferro.

Em meados do século XX foi adquirida por um médico campineiro, doutor Rubens Franco de Melo, de cujos bens constava ainda um imponente palacete em plena Avenida Paulista. Tratava-se de uma grande propriedade cafeeira. Sua antiga casa-grande, o terreiro e a velha senzala ainda são alvos de visitas, apesar de estarem em ruínas. Ao contrário, a capela, em louvor a Santa Isabel, encontra-se restaurada e preservada, sendo frequentada pelos moradores.

A família Franco de Melo vendeu a propriedade para a empresa Embaúba Florestal S.A., de Campinas, que se encarregou de loteá-la, iniciando assim, em 1981, o empreendimento Vivendas do Engenho D’Água, numa área total de 2,7 milhões de metros quadrados, divididos em 1400 chacrinhas. Entretanto, os lotes para formação de chácaras começaram a ser comercializados sem o mínimo da infraestrutura necessária: pavimentação, guias e sarjetas, redes de água e esgoto, iluminação.

Tal fato gerou uma série de inconvenientes, sendo a empresa por várias vezes acionada judicialmente ao longo dos anos. Essa falta de itens básicos sempre foi motivo de reclamações à Prefeitura de Itatiba por parte dos moradores, que, no entanto, esbarrava nas dificuldades de ordem judicial junto aos empreendedores do loteamento para promover as melhorias necessárias.

No ano 2000, foi inaugurada no local uma escola de Educação Infantil, a EMEI “Profa Elizabeth Abrahão”, acolhendo apenas alunos da pré-escola.

Em 2004, o prefeito José Roberto Fumach assinou um projeto de lei para alteração do plano do loteamento, visando assegurar as condições de uso para alguns imóveis. Com esta alteração, uma área com mais de 9 mil metros quadrados foi transferida à Prefeitura de Itatiba, como pagamento de parte da dívida de empresa Embaúba Florestal relativa a IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).

As melhorias foram chegando com mais ênfase a partir de 2018, quando tiveram início as negociações com a ARSESP (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo), a fim de que fosse implantada a rede de água tratada no Vivendas do Engenho D’Água, o que se concretizou em 2020, na gestão do prefeito Douglas Augusto Pinheiro de Oliveira) com 44 km de tubos, consistindo na maior expansão da rede de abastecimento de água já feita de uma só vez em Itatiba. Na época, o Vivendas do Engenho D’Água ganhou também uma ampla UBS (Unidade Básica de Saúde), a maior da cidade, para atender localmente os moradores. No mesmo ano, foi contratada pela Prefeitura a empresa JOFEGE para promover obras de pavimentação de várias ruas do bairro.

Hoje, com um pouco mais de infraestrutura, o Loteamento Vivendas do Engenho D’Água é uma localidade predominantemente residencial, possuindo, porém, alguns comércios pequenos que garantem a manutenção de itens básicos, principalmente alimentícios, aos moradores de suas fases 1, 2 e 3.

Basílio Consoline nasceu no dia 25 de novembro de 1865, em Mantova, na Itália. Era filho de agricultores e, até os 24 anos, morou e trabalhou na lavoura, em sua cidade natal. Em 1889 veio para o Brasil como imigrante, com os pais e mais três irmãos. Após o desembarque no porto de Santos, rumou para a região de Itatiba, onde trabalhou na lavoura de café, nas fazendas Atibainha e Vieira.

No final do século XIX, após ter juntado um pouco de dinheiro, comprou alguns alqueires de terra e também uma casa, no Bairro da Ponte, montando residência com sua esposa, Ema Bertelli, também imigrante italiana da mesma região que ele. Tiveram onze filhos: Atílio, Vitória, Maria, Antônio, Ettore, Ernesto, Luís, Sílvio, Amador, Benedito e Sílvia. Sempre trabalhando na lavoura, Basílio Consoline ficou conhecido na época como “Basílio Carreiro”, pois se encarregava de transportar café em carros de boi até a Estação Central da Companhia Estrada de Ferro Itatibense.

Uma preocupação constante do casal era com a educação das crianças. Chegaram mesmo a arrumar-lhes um professor particular, pois consideravam que a instrução escolar era indispensável. Ele mesmo foi um educador voluntário, lecionando para moradores do Bairro da Ponte à noite, em sua casa.

Por volta de 1908, Basílio Consoline entrou em entendimento com alguns políticos da época, entre eles o Coronel Francisco Rodrigues Barbosa, chefe do Partido Republicano local, conseguindo que fosse instalada na região uma classe masculina, numa casa construída em taipa de pilão, ao lado da antiga Capela de São Benedito. Tornou-se, portanto, precursor da Educação no Bairro da Ponte. Essa primitiva casa de taipa foi, então, o embrião da atual escola local.

Basílio Consoline também contribuiu com a construção da Capela de Santo Amaro, nas proximidades do atual estádio do Bandeirantes Futebol Clube. Ele também foi nomeado pelo delegado, inspetor de quarteirão no Bairro da Ponte, cargo para servir de mediador em assuntos conflituosos.

O quinto filho de Basílio Consoline destacou-se na política. Ettore Consoline foi eleito prefeito de Itatiba, exercendo o cargo entre 1952 e 1955. Foi na sua administração, no ano de 1954, que a energia elétrica foi levada até o Bairro da Ponte.

Pela importância que dava às questões relativas à Educação e por suas obras em benefício da comunidade do Bairro da Ponte, Basílio Consoline teve seu nome escolhido para ser o patrono da escola municipal local, em 1979.

Quatro anos mais tarde, em 1983, quando passou a fazer parte da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo, recebeu a denominação oficial de EEPG – Escola Estadual de Primeiro Grau – Basílio Consoline.

O falecimento de Basílio Consoline, em Itatiba, ocorreu no dia 7 de setembro de 1953, deixando muita saudade. Seus inúmeros descendentes e amigos por certo se orgulham do passado de glórias e bons feitos deixados pelo patriarca.


Nascida em 24 de junho de 1920, Elizabeth Abrahão era filha de Anastácia e Abrahão Jorge, imigrantes libaneses que se estabeleceram em Itatiba, no ramo do comércio. Eram suas irmãs Maria e Rosa. Iniciou seus estudos na Escola Paroquial da Igreja do Rosário, mas o antigo Curso Primário foi feito e concluído no tradicional Grupo Escolar Cel Júlio César. Após, fez o Curso Ginasial em Amparo, no Colégio Nossa Senhora do Amparo. Finalmente, sua formação como professora se deu em Campinas, no Colégio Sagrado Coração de Jesus.

A profa Elizabeth Abrahão iniciou a carreira no Magistério lecionando nas antigas escolas rurais do Bairro da Ponte, Pinheirinho, Bela Vista, Serrinha. Então, removeu-se para o mesmo Grupo Escolar Cel Júlio César em que havia tomado o contato inicial com as letras e onde se aposentou em 1972.

Beth, como todos a chamavam, era católica fervorosa, se encarregando de tomar a frente no preparo de várias festas da paróquia. No comércio da família, chamado carinhosamente de Loja da Maria Abraão – sua irmã mais velha – Beth, além de solícita, podia passar longo tempo conversando animada e interessadamente com os fregueses que compareciam ao balcão. Além de ensinar as primeiras letras e números a centenas de crianças, a profa Elizabeth Abrahão tinha o costume de dar aulas de Educação Física, mesmo esta prática não sendo obrigatória e nem comum naquela segunda metade do século XX.

Após uma vida dedicada às causas da Educação, à Igreja Católica e ao comércio, a profa Elizabeth faleceu em 9 de junho do ano 2000, deixando dois filhos adotivos: os irmãos Tomaz de Aquino e Antônio Carlos da Conceição, além de saudade em muitos amigos e admiradores.

Seu nome foi escolhido como patronesse da escola de Educação Infantil inaugurada no Loteamento Vivendas do Engenho D’Água, a atual EMEB – Escola Municipal de Educação Básica Profa Elizabeth Abrahão, uma grande e bela homenagem.

Depoimento do Senhor Humberto Bredariol Martins (2022)

Há 35 anos atrás começava uma nova etapa da minha vida. Eu, com 5 para 6 anos, entrava no pré-primário no Basílio com a professora Cleide. Ali, descobri um novo mundo, no qual aqueles “desenhos” que povoavam livros e revistas passaram a ter significados. Letras e números ganharam sua voz, por meio das vozes das professoras que tanto me ensinaram Mas não foi apenas isso. Ali, pude aprender o que é fazer parte de uma sociedade. Fiz bons amigos e aprendi a ganhar e a perder. Aprendi a respeitar os professores. Aprendi o Hino Nacional. Pulei amarelinha e pulei sela, mas não pulei elástico, pois naquela época, era “brincadeira de menina”. Levei a “prenda” e dancei quadrilha na festa junina, seguindo os comandos da minha professora Maria Luisa: “Balancê”, “Caminho da roça”, “Olha a cobra!!” e “É mentiraa!”.

Na hora do recreio, às vezes tinha arroz doce na merenda, e aí era uma alegria só! Mas o pátio não era apenas o lugar da merenda. Por muitas vezes, saíamos organizados da sala, em fila e em silêncio e ali fazíamos apresentações. Tinha apresentação em datas comemorativas e para os pais, música e palestras, competições e uma vez, até mesmo, observamos um eclipse e noutra, simulamos um plebiscito que ocorreria naquele ano para escolher entre presidencialismo, parlamentarismo e monarquia, no qual todos os alunos votaram, após aprenderem sobre esses sistemas, e já aprendendo como funcionava a democracia.

No Basílio aprendi a base da minha vida, mas aprendi, sobretudo, que uma escola não é um prédio, uma lousa e carteiras. Uma escola é formada por pessoas. Professores que dedicam suas vidas a ensinar e integrar. Alunos que chegam cheios de sonhos e inocência e pais cheios de esperança.

O Basílio e minhas professoras com certeza são parte fundamental da minha história e ocupam um lugar imenso em meu coração.

Depoimento da Senhora Maria Fernanda Rossi (2016)


Meu nome é Maria Fernanda Rossi, nasci no bairro e sou filha de moradores antigos do Bairro da Ponte. Minha história como aluna da EMEF ‘Basílio Consoline’ foi de 1985, quando ingressei na Educação infantil, até 1994, quando me formei na 8ª série.

Muitas coisas importantes conquistei dentro dos muros desta escola: aprendi a ler, escrever, respeitar, ouvir, argumentar, e traçar metas para alcançar meus objetivos.

Pessoas importantes fizeram parte deste trajeto: professores, diretores, colegas de classe, faxineiros, merendeiras… sempre me orientando quanto à importância de uma boa convivência e da conservação do patrimônio.

Nunca me esqueço da participação constante da direção da escola e de alguns pais de alunos, que foram fundamentais para conquistas de minha turma. Com a ajuda dessa parceria, pude vivenciar diversas experiências edificantes, como: participar de uma “Feira de Ciências” - onde apresentamos uma maquete muito elogiada da Granja Alvorada; visitar o Campo ‘Abílio Sanfins’; conhecer o museu do Ipiranga, o Zoológico, o Playcenter e o Memorial da América Latina na cidade de São Paulo e bosques nas cidades de Campinas e Jundiaí, dentre muitas outras atividades.

Lembro com saudades dos dias que nos reuníamos com a turma toda para torcer pela nossa escola no Ginásio de Esportes durante a realização das Olimpíadas Estudantis, e também de uma viagem a Campos do Jordão que a escola ganhou da prefeitura da cidade, e a mais especial lembrança: minha viagem de formatura para Balneário Camboriú, em Santa Catarina.

Enfim, as lembranças são muitas… Mas, minha história com a escola continua. Hoje, minhas filhas estudam no ‘Basílio’ e espero que recebam as mesmas oportunidades e valores que eu tive há muitos anos e que, no futuro, tenham o mesmo orgulho e respeito que eu tenho por ter feito parte da história dessa escola.”

Depoimento do Senhor Osmildo Tescarollo

Para relatar sobre a importância da escola no Bairro da Ponte, é necessário retomar a sua história ao longo do tempo: Sr. Basílio Consoline, um dos primeiros imigrantes do bairro, preocupado com a educação e alfabetização de seus filhos e das crianças do local, conseguiu em 1908, através dos políticos da época, uma autorização para a instalação da primeira escola do bairro, numa casa de taipa ao lado da Igreja de São Benedito. A escola mudou várias vezes de local - sempre no bairro; nesta época, funcionava uma única sala, a primeira, a segunda, e terceira séries. A quarta série era oferecida apenas no grupo ‘Júlio César’, no centro da cidade.

No decorrer do tempo, com o aumento no número de alunos, houve a necessidade de se conquistar espaços mais amplos. Então, em 1957, durante o governo de Erasmo Chrispim, foi construída a primeira escola de patrimônio municipal, situada ao lado da antiga igreja de ‘Nossa Senhora do Carmo’ e intitulada como ‘Escola Mista do Bairro da Ponte’. A escola permaneceu no local, em precárias condições, até 1979.

No período de 1976 a 1980, fui eleito vereador, sendo que através de minhas reivindicações e apelos dos moradores do bairro, conseguimos um novo projeto para para a construção de uma escola mais arrojada e que pudesse atender o aumento das demandas de alunos. Assim sendo, no ano de 1979, no governo de Roberto Arantes Lanhoso, foi inaugurada a ‘Escola Municipal Basílio Consoline’, construída num terreno mais amplo e contemplando 06 salas de aula, cozinha com despensa, banheiros, secretaria, sala para os professores, diretoria, pátio, vestiários e quadra poliesportiva. Na ocasião, usaram da palavra várias autoridades que enalteceram a iniciativa do projeto e delinearam sobre a importância de nossa escola para o bairro. Aproveitei a oportunidade para agradecer a Secretaria de Educação e a todos que, direta ou indiretamente participaram desta conquista.

Para continuar a descrever sobre a importância da escola no Bairro da Ponte também é preciso retomar a importância dos que fizeram parte de sua história, mesmo porque uma escola não se faz apenas de uma boa estrutura física, mas sobretudo, de professores e alunos. Ao longo de todos esses anos, vários professores de notório saber passaram pela escola. A importância de cada um deles é indescritível, os considero verdadeiros educadores, difusores do conhecimento e plenos formadores de cidadãos.

Pela escola do Bairro da Ponte passamos eu e meus irmãos, meus amigos, sobrinhos e minhas filhas. Foi nessa escola que fomos alfabetizados em diferentes épocas e, muito me orgulho, que seu objetivo vem sendo cumprido ao longo de todos esses anos, sobrevivendo às adversidades políticas e sociais. Seu papel transcendeu o tempo porque seu fruto foi sempre o conhecimento. Esta é a prova indestrutível de que a educação supera o tempo e é a base de uma sociedade.

A escola do Bairro da Ponte também foi o cenário da formação básica de importantes profissionais que hoje atuam nas mais diversas categorias, como: professores, médicos, engenheiros, advogados, empresários, contabilistas, fisioterapeutas, farmacêuticos, professores universitários, comerciantes e também políticos, como Prefeito e vereador.

O meu desejo é que a escola do Bairro da Ponte solidifique cada vez mais seus pilares no conhecimento e na educação. Fica aqui meus parabéns pela iniciativa da preservação da história da escola, como também a minha homenagem a todos os diretores e professores que fizeram ou fazem parte dela:


“Educar é viajar no mundo do outro, sem nunca penetrar nele. É usar o que pensamos para transformar no que somos. O melhor educador não é o que controla, mas o que liberta. Não é o que aponta erros, mas o que previne. Não é o que corrige comportamentos, mas o que ensina a refletir. Não é o que enxerga apenas o tangível aos olhos, mas o que vê o invisível. Não é o que desiste facilmente, mas o que estimula sempre a começar de novo. O excelente educador abraça quando todos rejeitam; anima quando todos condenam; aplaude os que jamais subiram no pódio vibra com a coragem de disputar dos que ficaram nos últimos lugares. Não procura o seu próprio brilho, mas se faz pequeno para tornar seus filhos, alunos e colegas de trabalho grande” - Augusto Cury.

DIAGNÓSTICO

Autorretrato da Escola


A EMEB “Basilio Consoline” está localizada no Bairro da Ponte, na cidade de Itatiba, em prédio próprio, tendo uma escola anexa de Educação Infantil: a EMEB “Professora Elizabeth Abrahão” localizada no loteamento Vivendas do Engenho D’Água. Cabe lembrar que, até dezembro de 2019 havia uma segunda unidade anexa, a CEMEI “Pica-Pau”, localizada no próprio prédio da EMEB “Basilio Consoline”, no entanto, devido a redução da demanda para Educação Infantil no bairro da Ponte, a unidade escolar foi extinta, os alunos foram transferidos para a EMEB “Professora Elizabeth Abrahão” e CEMEI “João de Barro”.

Na EMEB “Basilio Consoline” são atendidos alunos do Ensino Fundamental: do 1º ao 5º ano no período vespertino e 6º ao 9º ano no período matutino. Na EMEB “Professora Elizabeth Abrahão” são atendidos alunos da Educação Infantil: Maternal II, Fase I e Fase II.

Durante o horário de trabalho pedagógico coletivo (HTPC), no início do segundo semestre de 2022, a equipe gestora da unidade escolar propôs aos docentes uma discussão para delinear um texto de caracterização do ambiente escolar e sobre estratégias de trabalho. Após a discussão, como forma de registro do encontro, direcionou-se aos participantes um questionário online, para ser respondido espontaneamente e de forma dissertativa. De acordo com as respostas recebidas a equipe gestora organizou um breve texto indicando algumas impressões registradas pelos docentes. O texto está apresentado nos próximos parágrafos e foi estruturado em dois momentos: 1) reflexões sobre os problemas enfrentados que impedem de realizar um trabalho pedagógico de melhor qualidade; 2) reflexões sobre quais seriam as condições mínimas necessárias para realizar um bom trabalho pedagógico na escola.

Nossa Unidade Escolar enfrenta alguns problemas, mas, um dos principais aspectos abordados pelos professores se refere a falta de participação das famílias, muitos alegam que as famílias estão mais ausentes, o fato de não se preocuparem com a vida/rotina escolar dos alunos tem sido preocupante. Além disso, alguns professores observam nos alunos aspectos sociais e emocionais diferentes daqueles que apresentavam antes da pandemia, outros professores apontam que há um maior desinteresse dos alunos em relação às atividades propostas pela escola. Um fator também abordado nos registros tem relação com a utilização do livro didático, mesmo a escola tendo participado dos processos de escolha dos materiais, alguns professores revelam inadequações das propostas dos livros com o contexto social dos alunos.

Após essa fase da discussão, levantou-se a questão de quais seriam as condições mínimas para se realizar um bom trabalho. Alicerçando o que já havia sido discutido anteriormente, os professores compreendem que é necessário desenvolver estratégias para criar/fortalecer os vínculos com as famílias, buscando participação e comprometimento. Há professores que manifestam a necessidade de reformar e/ou ampliar os espaços da escola, buscando ambientes mais agradáveis e confortáveis; alguns também indicam a necessidade de oferecer um rol mais amplo de recursos pedagógicos. A maioria dos docentes, durante as falas, mostraram que há uma preocupação constante em mapear as experiências pessoais dos alunos para articularem com o currículo escolar; principalmente, com o propósito de buscar questões do cotidiano para colaborar na compreensão das expectativas de aprendizagem. No entanto, o fator mais forte apresentado nas discussões mostra a necessidade de ampliar os espaços escolares, há uma percepção de que a demanda da escola está crescendo e o espaço está ficando cada vez mais apertado, essa característica é relatada por professores das duas Unidades Escolares.

Autorretrato da Comunidade


Nesta etapa do documento, com o objetivo de mapear algumas informações acerca da comunidade atendida pela EMEB “Basilio Consoline” e EMEB “Professora Elizabeth Abrahão” utilizou-se dois recursos: a) acesso aos dados coletados durante o processo de matrícula ou rematrícula; b) coleta de dados através de formulário online. Adiante apresentaremos a forma de coleta, bem como os resultados obtidos em cada uma das etapas.


a. Dados Coletados nas Fichas de Matrícula

Todos os alunos matriculados na escola são registrados em uma planilha interna. A planilha contém dados básicos gerais, os quais servem para construir documentos de organização da vida escolar, como exemplo podemos citar a lista piloto, a lista de dados de contato, as listas de entrega de materiais, as listas de frequência, etc. Acessando essas informações, contabilizamos alguns itens como: bairro em que os alunos residem; naturalidade dos alunos por estado e naturalidade dos alunos por cidade.

De acordo com dados coletados em 29 de outubro de 2022, verificamos que dos 485 alunos matriculados 73,2% (355) residem no Loteamento Vivendas do Engenho D’Água, 10,3% (50) residem no Bairro da Ponte, 5,8% (28) residem no Jardim Dona Leonor, 2,3% (11) residem na Região da Rodovia Dom Pedro I, 1,9% (9) residem no Bairro da Posse, 1,2% (6) residem na Fazenda Pereiras e os demais residem em outros bairros da região.

Ainda com os dados coletados em 30 de agosto de 2022 realizou-se uma análise da nacionalidade e naturalidade dos alunos matriculados. Em relação a nacionalidade verificou-se que 484 alunos possuem nacionalidade brasileira e 1 aluno possui nacionalidade holandesa. A partir dos 484 alunos matriculados com nacionalidade brasileira verificou-se a naturalidade percentual por cidade, a qual obteve as seguintes correspondências: 66,1% naturais de Itatiba (SP); 4,8% naturais de São Paulo (SP); 4,5% naturais de Jundiaí (SP); 3,5% naturais de Valinhos (SP), 1% natural de Campinas (SP); 1% natural de Louveira (SP); 0,8% natural de Vinhedo (SP); 19,3% de outras cidades brasileiras.

Da mesma forma, com o mesmo grupo de dados dos 484 alunos com nacionalidade brasileira, verificou-se a naturalidade percentual por estado, a qual obteve as seguintes correspondências (gráfico XX): 88,8% naturais do estado de São Paulo; 2,1% naturais do estado de Minas Gerais; 1,7% naturais do estado de Pernambuco; 1,7% naturais do estado de Alagoas; 1,2% naturais do estado da Bahia; 1% naturais do estado do Maranhão; 3,5% de outros estados.


A partir destas informações é possível afirmar que 88,8% dos alunos matriculados são paulistas, sendo que 76,9% dos 484 são naturais de Itatiba ou cidades vizinhas (Jundiaí, Valinhos, Campinas, Louveira e Vinhedo).

b. Dados Coletados Através de Formulários Online

Para mapear dados mais específicos, as equipes gestora e docente elaboraram um Formulário Google com 52 perguntas objetivas, as quais foram divididas em 5 categorias: Identificação; Família, trabalho e renda; Moradia, transporte e saúde; Cultura, lazer e religião; Escola.

A pesquisa foi encaminhada aos responsáveis através de grupos de WhatsApp. Os grupos de WhatsApp foram criados e são administrados pela equipe gestora da escola. Cada turma possui um grupo de WhatsApp, o qual tem como objetivo principal distribuir comunicados e informativos, utilizando-se desta ferramenta a equipe gestora disponibilizou o link de acesso ao formulário online. Aos responsáveis que tiveram dificuldade para acessar o link do formulário nos grupos de WhatsApp disponibilizou-se a Sala de Informática, durante a Reunião de Pais/Responsáveis, nos dias 17 e 18 de outubro de 2022. O formulário ficou aberto para receber respostas por 36 dias (de 14 de setembro de 2022 até 19 de outubro de 2022).

Obtivemos um total de 307 respostas, o que representa 63,3% do total de 485 alunos matriculados (quantidade correspondente ao período em que o formulário ficou disponível). Abaixo, apresentamos três gráficos: um gráfico com a representação total de respostas recebidas e dois gráficos com a representação distribuída por unidade (EMEB Basilio Consoline e EMEB Profª. Elizabeth Abrahão). Cabe ressaltar que, dentro do formulário haviam perguntas onde a resposta não era obrigatória, por isso, em algumas questões encontraremos número inferior a 307 respostas.


Com o objetivo de analisar estatisticamente as turmas que mais responderam a pesquisa, na sequência apresentamos o gráfico de distribuição percentual das respostas recebidas por turma; as turmas em que os responsáveis mais participaram e menos participaram são, respectivamente, 8º ano A (80,7%) e Multisseriada B (42,1%).

Na primeira seção do formulário haviam 3 perguntas: identificação do aluno; identificação do responsável pelo preenchimento; e, na terceira pergunta atribuiu-se duas funções, na primeira parte o responsável era informado que os dados coletados na pesquisa serviriam para compor o Projeto Político Pedagógico da Escola e não seriam divulgados para quaisquer outros fins, e, na segunda parte o responsável precisava marcar ciência sobre a informação, caso não marcasse o formulário impediria de continuar o preenchimento.

A segunda seção do formulário agrupou perguntas sobre características da constituição da família, ocupação profissional dos integrantes da família e renda familiar. As informações coletadas nesta etapa tiveram como objetivos principais identificar os seguintes aspectos: total de pessoas que moram na mesma residência; quantos alunos matriculados em nossa unidade moram na mesma residência; com quem o(s) aluno(s) mora(m); estado civil dos responsáveis pelos alunos; qual a naturalidade dos responsáveis; em quais áreas os responsáveis trabalham; a família recebe algum benefício do governo; quantas pessoas que residem com os alunos trabalham; quantas pessoas trabalham registradas; qual a faixa de renda familiar; qual a escolaridade dos responsáveis. Todas as informações coletadas são apresentadas graficamente na sequência

Na terceira seção do formulário foram apresentadas perguntas sobre questões que envolvem moradia, transporte e saúde. As perguntas foram elaboradas com o objetivo de identificar aspectos como: identificar se a residência é própria, alugada ou cedida; se os moradores da residência possuem acesso à internet; quantidade de cômodos da residência; destinação do esgoto da residência; forma de coleta de lixo; itens elétricos/eletrônicos que os moradores possuem; estrutura física da residência; formato de abastecimento de água da residência; meio de transporte utilizado pela família; meio de transporte utilizado para ir a escola; acesso ao serviço de saúde; principal meio de comunicação utilizado pela família. Na sequência, apresenta-se 15 gráficos com os dados coletados para estes itens.

A quarta seção do formulário foi elaborada com o propósito de pesquisar algumas informações relacionadas à cultura, lazer e religião: identificar a religião da família; frequência que a família frequenta templos religiosos; como a família decide a programação dos momentos livres/de lazer; preferência musical; identificar a quantidade de tempo livre da família; indicação do principal divertimento diário do aluno; levantamento sobre itens/estabelecimentos presentes no bairro. As respostas coletadas nesta seção estão dispostas em 10 gráficos, apresentados na sequência.

A quinta e última seção foi constituída por perguntas sobre a vida escolar do aluno, rotina de estudos, como o responsável avalia os serviços oferecidos pela escola e como é o envolvimento do responsável com a escola. Da mesma forma que nas seções anteriores, as respostas coletadas nesta estão apresentadas graficamente na sequência.

MISSÃO


Oferecer educação de qualidade, fundamentada na democracia, nos valores éticos e no desenvolvimento integral do aluno, com igualdade de direitos e condições, para que se tornem cidadãos responsáveis, com autonomia, senso crítico e comprometidos com a sociedade em que estão inseridos.



VALORES


Nossos valores baseiam-se no respeito mútuo, prezando sempre pelo trabalho em equipe, empatia, amizade, honestidade, solidariedade, responsabilidade, autonomia, criatividade, criticidade e protagonismo dos alunos.



VISÃO DE FUTURO


Que nossos alunos sejam capazes de desenvolver pensamento crítico e agir democraticamente, de forma humana e solidária, com autonomia, confiança, conhecimento para a construção de uma sociedade mais justa em direitos e deveres.

PROPOSTA PEDAGÓGICA


A proposta pedagógica da EMEB Basilio Consoline fundamenta-se na Constituição Federal, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96 - LDB), no Estatuto da Criança e do Adolescente, no Sistema Municipal de Ensino de Itatiba, na Declaração Universal dos Direitos Humanos e nos Planos Nacional e Municipal de Educação, baseia-se ainda nos Currículos Municipais da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, no Plano Anual do Ensino Fundamental e na BNCC - Base Nacional Comum Curricular de 12/2017.

Nossa escola busca promover uma proposta orientada por uma concepção de educação integral, cujo pressuposto é intermediar e intervir no desenvolvimento dos estudantes em suas dimensões intelectual, física, emocional, social e cultural, favorecendo os sujeitos como principal protagonista do processo ensino / aprendizagem.

Entendemos que a escola hoje é parte inseparável da totalidade social buscando o conhecimento do mundo, construindo esse conhecimento em conjunto, partilhando ideias e buscando a construção de uma sociedade mais harmoniosa e justa na qual o aluno é agente participativo, possibilitando assim, que se torne crítico, exerça sua cidadania, reflita sobre as questões sociais e busque alternativas de superação da realidade.

De acordo com a BNCC:

No novo cenário mundial, reconhecer-se em seu contexto histórico e cultural, comunicar-se, ser criativo, analítico-crítico, participativo, aberto ao novo, colaborativo, resiliente, produtivo e responsável requer muito mais do que o acúmulo de informações. Requer o desenvolvimento de competências para aprender a aprender, saber lidar com a informação cada vez mais disponível, atuar com discernimento e responsabilidade nos contextos das culturas digitais, aplicar conhecimentos para resolver problemas, ter autonomia para tomar decisões, ser proativo para identificar os dados de uma situação e buscar soluções, conviver e aprender com as diferenças e as diversidades. Nesse contexto, a BNCC afirma, de maneira explícita, o seu compromisso com a educação integral. Reconhece, assim, que a Educação Básica deve visar à formação e ao desenvolvimento humano global, o que implica compreender a complexidade e a não linearidade desse desenvolvimento, rompendo com visões reducionistas que privilegiam ou a dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva. Significa, ainda, assumir uma visão plural, singular e integral da criança, do adolescente, do jovem e do adulto – considerando-os como sujeitos de aprendizagem – e promover uma educação voltada ao seu acolhimento, reconhecimento e desenvolvimento pleno, nas suas singularidades e diversidades. Além disso, a escola, como espaço de aprendizagem e de democracia inclusiva, deve se fortalecer na prática coercitiva de não discriminação, não preconceito e respeito às diferenças e diversidades (BRASIL, 2018, p.14).


Pressupostos Norteadores

De acordo com a comunidade escolar, a qual é formada por 25% de alunos naturais de outras regiões do país, composta por pais e/ou responsáveis com nível de baixa escolaridade e carentes de recursos sócio - econômicos, os eixos estruturantes e os princípios da linha pedagógica desta escola

buscam contribuir para a formação da cidadania, permitindo que a escola se transforme em um local de articulação entre o saber e o fazer, da produção intelectual e do saber advindo do ambiente social.

A partir do acima exposto, constituem a proposta desta Unidade Escolar os seguintes eixos estruturantes:

* Educação Integral;

* Cidadania;

* Inclusão Social;

* Equidade Curricular;

* Combate a evasão escolar;

* Envolvimento da família na vida escolar de nossos alunos.


Pressupostos Filosóficos – Sociológicos


Os problemas atuais que envolvem a escola são, em grande parte, oriundos das transformações que a sociedade contemporânea tem vivenciado. Nesse sentido, essas transformações refletem-se nas diversas interações que ocorrem no contexto escolar, sobretudo no espaço da sala de aula, tornando cada vez mais complexa a natureza das relações que se estabelecem.

Esta sociedade também é marcada pela avalanche de informações que são despejadas através das mais diversas tecnologias, que nos insere numa nova era de comunicação, informação e conhecimento. O que se vive na vida social influencia significativamente na vida escolar.

Sendo assim, entendemos que educar é uma ação muito mais abrangente do que ensinar, do que somente transmitir conhecimentos. Acreditamos que o processo de ensino-aprendizagem é sustentado por uma relação dinâmica, em que o professor e o estudante aprendem juntos e trocam experiências a todo instante, orientados por uma teoria em constante processo de aperfeiçoamento, num contexto em que o professor respeita as limitações e condições do estudante e contribui para que ele não se desvincule de sua realidade.

Nosso trabalho também está fundamentado na democracia e na cidadania, no respeito aos direitos humanos e na exclusão de qualquer discriminação nas relações interpessoais, acreditando sempre que a melhor maneira de construir uma nova sociedade é através da comunicação, cooperação e livre interação entre todos os indivíduos nela inseridos, possibilitando formar alunos com responsabilidade social, e que saibam construir boas relações interpessoais, bem como desenvolver habilidades importantes nos âmbitos pessoal, profissional e comunitário.

Portanto, é na escola o lugar onde a criança/adolescente deverá encontrar os meios de se preparar para realizar seus projetos de vida. Dito isto, a qualidade do ensino é, portanto, condição indispensável para sua formação integral.

De acordo com o Art. 1º da LDB, a educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais (BRASIL, 1996).

Buscando atender aos objetivos da educação previstos na LDB e contribuir para a formação da cidadania, nossa proposta pedagógica contempla ações que buscam:

  • Contribuir para a inclusão e formação integral do aluno;

  • Levar os alunos ao sentimento de pertencimento, conduzindo-o a encontrar-se consigo mesmo, para então encontrar-se com o outro e encontrar-se no mundo, sendo assim, capazes de contribuir de forma crítica para a transformação da sociedade como um todo;

  • Promover o desenvolvimento da autoestima dos alunos;

  • Valorizar as trocas sociais para a construção do conhecimento, ultrapassando os ambientes escolares e considerando o contexto em que estão inseridos;

  • Envolver a todos (pais, alunos, professores, colaboradores) nos projetos de integração com a comunidade.


Pressupostos Epistemológicos


Os fundamentos epistemológicos que baseiam a construção do conhecimento se dá por meio da interação entre o aluno, o meio em que está inserido e objetos de conhecimento, que através de uma construção interna realizada por ele, vai se aprimorando a cada novo conhecimento adquirido e ampliando sua ideias, crenças e formas de agir, a partir de um ambiente rico não só em materiais, mas também em intervenções desafiadoras.

O professor, tem portanto, papel fundamental nesta construção, permitindo a autonomia e protagonismo do aluno, considerando os saberes já incorporados, coloca em prática intervenções que vão ao encontro deste aluno a fim de desafiá-lo, instrumentalizando-o para que ele reflita sobre situações e problemas, aprendendo a buscar soluções, sempre incentivando e valorizando suas manifestações, na perspectiva do desenvolvimento da autoconfiança necessária, avaliando seus progressos e necessidades.

Pressupostos Didáticos-Metodológicos


A equipe escolar acredita que a aprendizagem ocorre quando o aluno participa como protagonista dentro do processo de ensino-aprendizagem. De acordo com a BNCC (Base Nacional Comum Curricular), a autonomia, a criatividade, o espaço para expor suas opiniões contribuem para o ambiente mais cooperativo e de formação integral do educando. As aulas podem se constituir com o uso de diversas metodologias, desde propostas mais tradicionais com aulas expositivas, até propostas mais dinâmicas (metodologias ativas) que tenham a participação dos alunos, demonstrando o quanto suas ideias são importantes e o quanto esse processo também é composto por ele. Para tanto é preciso ouvir e confiar na capacidade dos alunos.

Dentro dessa perspectiva, a escola se depara com novos desafios no seu papel de formação de cidadãos para o futuro. Para isso, a organização do trabalho pedagógico se dá na formação continuada dos profissionais, cuja viabilização acontece por meio de:

  • HTPC semanal;

  • HTPE/ F semanais;

  • Cursos de capacitação oferecidos pela Secretaria da Educação;

  • Palestras, Seminários, e Fóruns Municipais oferecidos pela Secretaria da Educação.

O acompanhamento do trabalho pedagógico acontece por meio de planejamento/replanejamento, semanários e planos de trabalho baseados no currículo municipal, relatórios de observação de alunos, relatórios de avaliações aplicadas, observação de sala, entre outros meios que são acompanhados pela direção e coordenação pedagógica.

O sistema de avaliação faz parte do processo de ensino e aprendizagem, sendo dinâmico enquanto instrumento que promove reflexão acerca de ações de intervenção na busca de resultados satisfatórios. A proposta de avaliação desta escola baseia-se em avaliar o aluno globalmente, considerando suas principais necessidades e seus desafios no processo de ensino, considerando a evolução na aquisição dos conhecimentos do aluno ao mesmo tempo que fornece subsídio ao professor compreender o quão eficiente está sendo seu processo de ensino.

Com isso, pretendemos desenvolver uma metodologia participativa na qual procedimentos, processos e pessoas possibilitem ao aluno equidade, ou seja, as mesmas oportunidades de ensino e aprendizagem, manifestando senso de justiça, imparcialidade e respeito à igualdade de direitos e deveres. Nesse sentido, nossa proposta se viabiliza e concretiza através da estruturação e funcionamento do que foi supracitado em relação à organização da equipe pedagógica e garantia das possibilidades de um trabalho reflexivo e cooperativo, contando também com um Plano de Ensino especialmente elaborado e constantemente atualizado, o qual contempla conceitos e habilidades de diferentes áreas do conhecimento e do pensamento humano, a fim de promover uma participação mais efetiva e responsável das famílias na vida escolar do educando, buscando minimizar também os casos de evasão escolar.


Considerações Finais


Dentro do contexto de ensino pós pandemia, a presente proposta possui caráter flexível, permitindo sua reorganização para atender as demandas das lacunas deixadas pelo período de isolamento da pandemia. As aulas remotas oferecidas não atenderam a toda a clientela escolar. Por isso, a fim de suprir as necessidades de recomposição das aprendizagens, novas práticas de metodologias e projetos poderão ser incorporadas com o objetivo de garantir aos estudantes a construção de conhecimento que os ajudem a desenvolver competências e habilidades de acordo com o ano escolar em que estão matriculados.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: Artigos: 5º; 37º ao 41º; 205º ao 214°; 227º ao 229º. Brasília. DF Senado 1988


BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LDB 9.394, de 20 de dezembro de 1996 e suas alterações. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm


BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei Federal nº 8069, de 13 de julho de 1990. Disponível: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm


BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.


ITATIBA, Prefeitura do Município de Itatiba. Plano Municipal de Educação. Lei nº 4845, de 24 de julho de 2015. Disponível: https://www.itatiba.sp.gov.br/secretarias/educacao/conselho-municipal-de-educacao/-o-conselho-municipal-de-educacao-e-as-etapas-do-processo-de-elaboracao-do-plano-municipal-da-educacao


ITATIBA. Prefeitura do Município de Itatiba. Normas Regimentais. 2020


ITATIBA. Prefeitura do Município de Itatiba. Secretaria da Educação. Currículo da Educação Infantil, 2020. Disponível em:

http://www.itatiba.sp.gov.br/templates/midia/secretarias/educacao/publicacoes/curriculo_educacao_infantil_2020.pdf


ITATIBA. Prefeitura do Município de Itatiba. Secretaria da Educação. Currículo do Ensino Fundamental I, 2020. Disponível em: http://www.itatiba.sp.gov.br/templates/midia/secretarias/educacao/publicacoes/curriculo_ensino_fundamental_i_1o_ao_5o_ano.pdf


ITATIBA. Prefeitura do Município de Itatiba. Secretaria da Educação. Currículo do Ensino Fundamental II, 2020. Disponível em: http://www.itatiba.sp.gov.br/templates/midia/secretarias/educacao/publicacoes/curriculo_ensino_fundamental_ii_6o_ao_9o_ano.pdf


ANEXOS DO PLANO DE GESTÃO


Anexo I: Caracterização da Unidade Escolar

Anexo II: Quadro de Alunos com Deficiência e/ou Necessidades Educacionais Especiais - Ensino Fundamental

Anexo III: Quadro de Alunos com Deficiência e/ou Necessidades Educacionais Especiais - Educação Infantil

Anexo IV: Plano de Metas e Ações - Educação Infantil

Anexo V: Horário de Aulas - Educação Infantil

Anexo VI: Agrupamento de Alunos e sua Distribuição por Curso, Ano, Turma e Turno

Anexo VII: Recursos Humanos

Anexo VIII: Composição do Conselho de Escola

Anexo IX: Composição da APM

Anexo X: Plano Anual de Trabalho da Associação de Pais e Mestres

Anexo XI: Balancete do 1º Semestre